22.9.10

TRÍPTICO ou RETRATO

Há uma desordem no meu jeito de ser
Meus fins não justificam os meios
Contraponho meus sentidos
Desfio dolorosamente as palavras
para costurá-las ao meu corpo
ratificando, assim, a linguagem.

O olho que me lê
é também o olho que me canta
e o canto que me encanta
é o mais profundo que me alcança.

Tenho tecido sobre a pele
Experiências do que vivo
Dia após dia, tardes/
Noites que atravessam meu torpor.
Meu coração tem reações
que minha própria razão desconhece
Essa metamorfose sem sentido
que se dá no território nauseante
do que penso, sinto e quero.

Ser ou não ser?
Eis o que sou.